segunda-feira, 17 de julho de 2017

À deriva


Da desordem dos dias, desistiu a alma do corpo
Taciturno, despiu-se o corpo de si mesmo
Desalmados, os olhos se despiram da beleza
Das cores do inverno, só enxergavam cinza
Na janela, cortinas em luto
Fechadas como muralhas
Visão turva de uma vida inacabada
De sonhos negligenciados durante a jornada
Da desordem do corpo, desistiu a alma dos dias
Das visões turvas dos olhos que despiram-se de si mesmos
Das cores que as cortinas em luto, recusavam-se a exibir
Dos sonhos que, no caminho, se esqueceram de existir
Da desordem da alma, desprendeu-se o corpo
Lânguido, já não via mais os dias
Nos olhos, pupilas em luto
Visão turva de sonhos inacabados
Muralhas esquecidas
Da janela dos dias 

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