sábado, 17 de agosto de 2013

O último dia

Hoje é o último dia da minha vida. O céu amanheceu cinza. O sol acordou com sono. O vento, atordoado, ecoa na janela. Cheiro o café que ainda não foi feito.

Hoje poderia ser o último dia da minha vida. O feixe tímido de luz invade o buraco da cortina. Os sons. As sombras. Passei a gostar de roxo. E o café ainda não foi feito.

Hoje é o último dia da minha vida. O som da água que ferve. O cheiro do café frasco do vizinho. Luzes que não se acendem. Olhos que não querem abrir. 

Sinto. Cheiro, tato. Escuto. 

Hoje poderia ser o último dia da minha vida. Enquanto isso, vivo. E o hoje se acaba.