quarta-feira, 4 de junho de 2008

À luz


Sair da zona de conforto é quase um parto, a começar pela dor. Nunca pari, mas já ouvi dizer que a dor é muito forte.

Parir é dar à luz a outra vida.

Realmente essa é uma boa analogia: sair da zona de conforto dói e dá à luz a outra vida.

Como é difícil.


Ouvi certa vez uma frase interessante: o buraco é fundo, escuro, mas é quentinho. Assim deve ser o útero. Assim é nossa zona de conforto.


Nos acostumamos a tudo: aos pequenos prazeres, às grandes dores, às pseudo-alegrias. E o que é pior, além de nos acostumarmos, fazemos das coisas pequenas e medíocres, verdades nas nossas vidas. É tão fácil acreditar em falsos deuses. E é tão difícil refazer nossa vida sem eles.


Me recordo de outra frase, de igual importância na minha vida: não comece o que não é capaz de terminar. Falsos deuses fazem isso. Criam expectativas desleais em mentes fracas.


Recomeçar dói. Não dá para negar a própria dor, mas dá para acreditar que ela é importante no processo de reconstrução.


Estamos no mundo graças à dor de alguém. À dor de quem deu à luz às nossas vidas. Ninguém nos contou o quanto seria difícil. Mas, quem disse que seria fácil?